sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Fotografias tiradas por microscópios revelam beleza por trás da ciência

Da Folha Ciência

O concurso internacional de fotografias tiradas por microscópios Nikon Small World celebra a beleza por trás da ciência. Em sua 36ª edição, a competição recebeu mais de 2.200 fotografias de vários países --Brasil incluso.
Alevino de Truta (peixe)

Ao todo, 120 fotos foram selecionadas e agora os internautas são convidados a escolher sua favorita pela internet.

Todos os vencedores serão anunciados em 13 de outubro.

As fotografias são avaliadas de acordo com originalidade, conteúdo de informação, proficiência técnica e impacto visual e incluem imagens que vão desde compostos químicos até espécies biológicas.

As imagens vencedoras vão ilustrar um calendário e serão exibidas em museus nos Estados Unidos.

Clique
aqui para ir ao site e votar! Tem fotos lindas pessoal!

Humanos podem ter implante como Wolverine, mas de espuma de titânio

Da folha Ciência
Wolverine não será o único a ter metais fundidos no corpo se uma espuma feita de titânio for eficaz substituindo ou fortalecendo ossos humanos.

Embora não haja rejeição pelo corpo, o implante feito atualmente com materiais sólidos, geralmente o titânio, é mais duro que o osso.

Isso significa que pode acabar arcando com o peso de um dos ossos ao redor, o que poderia levar a uma deterioração do osso e a uma troca do implante, explica Peter Quadbeck, do Instituto de Pesquisa Fraunhofer de Manufatura Tecnológica e Materiais Avançados de Dresden, na Alemanha.

Quadbeck e seu grupo desenvolveram um implante de titânio cuja estrutura se assemelha a uma espuma, inspirada no fato de os ossos serem naturalmente esponjosos.

Como a espuma é porosa, o osso poderia crescer ao redor e dentro dele, verdadeiramente se integrando ao esqueleto humano. Os pesquisadores também descobriram que a espuma de titânio responde melhor ao osso do que os metais sólidos em termos de flexibilidade, além de encorajar a recomposição do mesmo.

Ainda sem aprovação para o uso em seres humanos, Quadbeck está trabalhando com médicos para explorar quais tratamentos em que o material poderia ser usado.
É o ser humano manipulando e inventando a natureza...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ainda estudos sobre HIV...

Pessoal, vejam que interessante!

Como pode, e realmente ocorre, de até mesmo nos estudos científicos prevalecerem os preconceitos e discriminações:

Fonte: Folha.com

Estudos sobre Aids esquecem subtipos de HIV de países pobres

A resposta ao tratamento da Aids depende da variante do vírus que causa a infecção e das características genéticas do próprio paciente. Mas os estudos sobre a doença estão focados apenas nos genes das pessoas e dos subtipos de HIV de países ricos.
"A maioria dos estudos feitos com design de drogas anti-HIV hoje é para o subtipo B. Mas diferentes subtipos do vírus HIV têm comportamentos distintos em relação ao coquetel de drogas", explica o biólogo Marcelo Alves Soares, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).


Os subtipos "não-B" são os que prevalecem em todo mundo. "Agora, estão se espalhando para os países desenvolvidos", afirma ele.

O Brasil também é afetado. Há um aumento da incidência de vírus tipo C, principalmente no Rio Grande do Sul.

Os cientistas têm tentado entender como a ascendência, o sexo e outros fatores genéticos dos portadores de Aids podem afetar a sua resposta à medicação.

Novamente, predominam estudos sobre a população europeia e masculina. "É preciso incluir afrodescendentes e mulheres", diz a farmacêutica Vanessa Mattevi, da UFCSPA (Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre).

Ela estuda cerca de 600 pacientes para avaliar a predisposição genética para a lipoatrofia, efeito colateral da medicação anti-HIV que leva à perda de gordura no corpo.

Mattevi notou que fatores como idade (adulta) e origem (europeia) são importantes na origem do problema.

Será que podemos dizer que a Ciência é neutra, objetiva e imparcial?

Deem sua opinião...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Contra antibiótico, bactéria resistente ajuda as indefesas: Segunda e Terceira Fases

Ricardo Mioto (Folha.com - Ciência)

Na natureza, há atos de simpatia entre vizinhos bem mais fortes do que segurar a porta do elevador: quando uma colônia de bactérias é atacada por um antibiótico, descobriram os cientistas, as mais fortes protegem as mais fracas que vivem do lado.

Fazem isso liberando uma substância chamada indol, que fortalece a defesa molecular das bactérias vizinhas que iriam morrer. Grosso modo, o indol age como um soro para as bactérias.
Trata-se de um ato "nobre" das bactérias fortes, porque a energia gasta com isso poderia estar sendo utilizada de maneira mais egoísta.

"Elas não crescem tão bem quanto poderiam, porque estão produzindo indol para todo mundo", diz James Collins, engenheiro biomédico da Universidade de Boston (EUA), autor do estudo publicado na revista "Nature".

"Todo mundo" não é exagero. Os cientistas perceberam que umas poucas bactérias resistentes, que chegam a representar menos de 1% da população, podem ser responsáveis pela sobrevivência de boa parte da colônia.

O método utilizado por Collins foi bem simples: dar antibióticos como norfloxacina e gentamicina a colônias de Escherichia coli, um tipo bem comum de bactéria, e ver o que acontece.

O altruísmo não se deve só ao bom coração das bactérias. Se as mais fortes não estivessem nem aí com a morte das vizinhas, a população poderia ser reduzida a um nível crítico, o que facilitaria um contra-ataque do organismo contra os micróbios.

E, mesmo que as sobreviventes conseguissem repovoar a colônia, a diversidade genética dela seria baixa -como se uma pequena família repovoasse uma cidade. Como a diversidade protege contra novas doenças, os riscos cresceriam.

Para os humanos ingerindo antibióticos, claro, essa amizade toda entre as bactérias é mal negócio. Os cientistas acreditam que seria possível tomar doses menores se a ação da indol fosse barrada.

"Devemos considerar a possibilidade de desenvolver pequenas moléculas que façam isso", diz Collins.

UFRJ vai usar célula-tronco contra asma: Segunda Fase

GIULIANA MIRANDA (Folha.com - Ciência)

Cientistas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) desenvolveram um método para regenerar o pulmão de pacientes com asma --doença respiratória que mata oito brasileiros por dia-- usando células-tronco obtidas da medula óssea.

O anúncio dos testes clínicos da abordagem foi feito na 25ª reunião anual da Fesbe (Federação de Sociedades de Biologia Experimental), em Águas de Lindoia (SP).

A técnica foi testada com sucesso em camundongos, e as primeiras experiências com pacientes devem começar daqui a poucos meses.

O projeto aguarda apenas a liberação do Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), órgão do governo federal que autoriza pesquisas com humanos no país.

"A asma é uma doença relativamente comum e, por isso, costuma ser subestimada. Infelizmente, ela ainda é causa de muitas mortes", afirmou Patrícia Rocco, médica e professora do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ.


RECONSTRUÇÃO

Uma das características dos casos de asma grave é a diminuição das células mucosas e ciliadas do pulmão, o que contribui para a redução da capacidade respiratória.

As células-tronco do teste --injetadas no pulmão por meio da traqueia-- conseguiram reconstruir com sucesso essas células.

Aparentemente, tais células-tronco tanto podem produzir substâncias que facilitam essa regeneração quanto, em alguns casos, assumir o papel das células que tinham sumido.

O método também aumentou a capacidade de resistência dos roedores testados, mesmo em situações em que as cobaias foram expostas a substâncias que fazem as vias respiratórias fecharem.

O mesmo grupo de cientistas já tinha conseguido reconstruir o tecido pulmonar em outras doenças: o enfisema e a síndrome do desconforto respiratório agudo.

As pesquisas com a silicose -inflamação pulmonar causada pela inalação de pó de sílica- estão num estágio mais avançado e já demonstraram os primeiros resultados em seres humanos.

Os testes brasileiros, os primeiros a usar esse tipo de terapia contra a doença, começaram no ano passado. Todos os cinco pacientes tiveram melhora significativa na capacidade respiratória.

ESTEIRA

Na avaliação da caminhada na esteira, todos os voluntários conseguiram melhorar o seu desempenho.

"Os tratamentos funcionaram muito bem, mas, pelo número pequeno de pessoas, ainda não temos a comprovação estatística. Estamos confiantes e achamos que isso virá em breve", disse Marcelo Morales, da UFRJ, um dos responsáveis pela coordenação do estudo.

Apesar das respostas positivas, os pesquisadores dizem que a terapia não deve chegar ao público em menos de cinco anos.

"Estamos sendo muito cuidadosos e avaliando as implicações do tratamento em todo o corpo, e não apenas no pulmão. Queremos ter certeza absoluta antes de avançar", afirmou Morales.

RevisãoZONA de Vírus da AIDS: Terceira Fase!

Novo anticorpo neutraliza 91% das variantes de HIV, mostra estudo

DO "WALL STREET JOURNAL"

Cientistas americanos descobriram três potentes anticorpos contra o vírus HIV. O mais potente conseguiu neutralizar 91% das cepas de HIV, mais do que qualquer anticorpo testado até hoje.

Os pesquisadores também identificaram exatamente qual parte do vírus é atacada pelo anticorpo e como ele ataca o local.

Os anticorpos foram descobertos nas células de um homem afroamericano gay de 60 anos, conhecido na literatura científica como "Doador 45", cujo corpo produz os anticorpos naturalmente. Pesquisadores fizeram uma triagem de cerca de 25 milhões de suas células até encontrar 12 que produzem os anticorpos. Agora, a questão é desenvolver vacinas ou outros métodos para possibilitar que qualquer pessoa possa produzi-los.


O desenvolvimento vai exigir muito trabalho, segundo Gary Nabel, líder da pesquisa, publicada na revista "Science", e diretor do Centro de Pesquisas de Vacinas no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas. "Vamos trabalhar nisso por um bom tempo até que obtenhamos benefícios clínicos."

VACINAS

Os resultados de uma primeira vacina contra HIV foram anunciados no ano passado após um teste na Tailândia. Mas a vacina reduziu as chances de infecção em apenas 30% dos casos, e gerou controvérsias porque em uma análise os resultados não foram estatisticamente significantes.

Anticorpos que são pouco eficientes ou que atacam apenas uma ou duas variantes do vírus são comuns. Até o ano passado, poucos anticorpos capazes de neutralizar um grande número de variantes haviam sido descobertos e nenhum deles neutralizava mais de 40% das cepas conhecidas.

Estrutura do novo anticorpo em azul e verde ligado ao vírus HIV (cinza e vermelho)
Mas recentemente, graças a novos métodos de detecção mais eficientes, meia dúzia de novos anticorpos, incluindo os três novos descritos no artigo da "Science", foram identificados. As novas moléculas são também mais potentes, capazes de neutralizar o vírus em concentrações muito menores que os anteriores.

Alguns dos novos anticorpos atacam diferentes regiões do vírus, aumentando a esperança de que eles poderiam operar em sinergia. Em particular, um anticorpo é capaz de atacar uma ponta do vírus essencial
para sua ligação às células. Mais importante, essa ponta apresenta baixa taxa de mutação, pois o vírus precisa se ligar a uma molécula específica das células humanas.

Um problema potencial no desenvolvimento de vacinas, porém, é que as células do "Doador 45" levam meses para criar os anticorpos. Isso significa que, uma vez desenvolvida, talvez seja necessário aplicar a vacina mais de uma vez para acelerar o processo de imunização.

COQUETEL DE ANTICORPOS

Os pesquisadores planejam testar os novos anticorpos, provavelmente misturados em um coquetel potente, em três grandes vertentes.

Na primeira, os anticorpos poderiam ser administrados em sua forma pura, como uma droga, para prevenir a transmissão do vírus. No entanto, isso seria caro e teria duração limitada, tornando o método adequado apenas para casos específicos, como prevenção de transmissão de mães para filhos durante o parto.

Outra possibilidade é usar os anticorpos para o desenvolvimento de vacinas tradicionais. Nesse caso, versões enfraquecidas de vírus seriam utilizadas para treinar o sistema imune do receptor a reconhecer o invasor e produzir anticorpos.

Como os novos anticorpos contra o HIV são extremamente específicos, agarrando-se firmemente a determinadas regiões do vírus, os cientistas precisam apresentar ao sistema imune uma réplica exata das partes do vírus que o anticorpo deverá atacar. Isso é difícil de fazer; é complicado, por exemplo, manter a réplica no formato adequado. Mas equipes diferentes de pesquisadores estão tentando resolver esse problema.

Por fim, existe a terapia gênica. O prêmio Nobel David Baltimore está trabalhando nessa vertente, com verbas da Fundação Bill e Melinda Gates. Sua equipe no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena (EUA), juntou genes que codificam anticorpos em um vírus não maligno, que depois é injetado em camundongos. Os vírus então infectam células de camundongos, transformando-as em fábricas que produzem os anticorpos, imunizando a pessoa contra o HIV.